Em entrevista ao Portal Gazeta dos Municípios, o ex-vereador José Ricardo Budog, mais conhecido por Budog, fala de sua revolta e da possibilidade de desistir de sua candidatura a vereador pelo PDT, onde, segundo ele, vem sofrendo duras discriminações.
Recordista de votos na história eleitoral de Alagoinhas com quase 4 mil votos na eleição de 2008, o ex-vereador José Ricardo Budog, que já tentou retornar sem sucesso ao Legislativo por várias vezes e até se candidatou a prefeito da cidade, está vivendo um dilema em seu atual partido, o PDT.
Ele conta que vem sofrendo discriminação interna no partido, que não o tem como prioridade de eleição, mas apenas mais um pra somar votos para o partido eleger um representante.
Segundo Budog, até agora, faltando menos de 30 dias para as eleições, o partido liberou apenas R$ 1 mil para todo o seu trabalho de campo em busca de votos.
Eleito com 3.876 votos, recordista na Bahia em números de votação ao Legislativo, Budog esperava mais apoio do partido, tomando por base sua história, sua votação e seu empenho eleitoral ao longo dos anos.
Nas redes sociais, onde postou um vídeo relatando seu drama pessoal, Budog vem recebendo elogios e críticas. Primeiro, os mais antigos lembram de seu mandato, de sua postura e da forma personalista como conduziu seu trabalho social, priorizando seus projetos, em detrimento de apoiar projetos oriundos da grande massa.
Os elogios são poucos, mas alguns ainda o incentivam a continuar a jornada, mesmo com as dificuldades inerentes ao pleito. Na campanha que o conduziu à Câmara, Budog teve o apoio de mototaxistas, feirantes, motoristas e cobradores de ônibus, ambulantes, desempregados, comerciários, com o projeto de representá-los na Câmara Municipal com projetos populares.
Candidato a deputado estadual, Budog foi vendo sua popularidade ruir. Na eleição municipal seguinte obteve votação pífia e não foi reeleito. Seus 3.876 eleitores já não apostavam mais no populismo de Budog.
Na sua jornada, Budog lembra que passou por maus bocados na Câmara. O assédio do Executivo para tê-lo como membro era forte. As ofertas iam de cargos a dinheiro. Mas ele não aceitou, disse à Gazeta. E sua assessoria não aceitou, seu caminho foi ficando curto e sua estrada cada vez mais estreita. Se aceitasse os cargos e dinheiro, disse Budog, estaria traindo seus conceitos e sua história.
Agora, de volta à cena política, Budog enfrenta seus fantasmas, as forças políticas e a possibilidade de encerrar sua carreira política de forma melancólica e vencido por forças visíveis conta às quais ele sempre lutou contra.
Vanderley Soares
DRT 4848
Mín. 19° Máx. 37°