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Colunista

Quinho Castro: Arte e inspiração

Confidenciou-me Quinho Castro que sempre gostou muito de trabalhar com música, sua relação com os sons é muito forte e profunda dentro do estilo musical Rock and Roll.

12/11/2022 às 21h37 Atualizada em 12/11/2022 às 22h57
Por: Vanderley Soares Fonte: Ed Carlos
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Foto cedida pelo autor
Foto cedida pelo autor

Quinho Castro, natural de Alagoinhas, é artista plástico autodidata, experimentalista, entusiasta do belo de forma expressiva, aonde poesia, vida, pintura e música se misturam daí surgindo uma obra inovadora. (...) Ele tem a sensibilidade nervosa dos artistas. (SACK, 2007, p.434).

Quinho Castro é filho de músico, daí o caráter dinâmico com que rege os seus pincéis como se num combate sinfônico em sua obra. Trabalhos estes que se apresentam com pinceladas ágeis, fortes e decisivas. Telas com grandes explosões de cores contrastantes: primárias, secundárias, terciárias, preto e branco delimitadas por linhas de contornos fortes e campos de cores. Sua pintura é caracterizada pela força expressiva e total liberdade no fazer, livre de condicionamentos, imposições, opiniões, é um grito da alma do pintor que arranca de  dentro de si as nuances de seu eu.

É notório em seu trabalho influências do Expressionismo de Karel Appel, do Fauvismo de Mattisse, a pureza expressiva de Jean Michel Basquiat, as figuras humanas  invoca mos retratos feitos por David Bethall, do Construtivismo Russo de Malevich, do Neoconcretismo Brasileiro de Helio Oiticica, do Abstracionismo Informal de Kandinsky. Há ecos do Grafite de rua na mais pura de suas acepções plástico-visuais.

 

São evocadas as grandes pinceladas de Amilcar de Castro, a irreverência do traço forte do artista e músico suíço, Paul Klee, a inventividade surrealista de Miró, as colagens de Miguel Cordeiro, este ultimo amigo do artista. Há infinitas possibilidades de antevermos  universos criativos em Quinho Castro.

Em conversas comigo o artista explicou-me seu processo criativo, falou-me do fato de que ele  sempre gostou muito de trabalhar ouvindo música e diz ter uma relação muito forte e profunda com o Rock and Roll, citando-me suas referências musicais: David Bowie; Rolling Stones; Chico Buarque,; Johnny Cash; Jorge Benjor com o Álbum Tábua de Esmeralda; Roberto Carlos; O Estilo Musical chamado Krautrock que é a música espacial; New Order; The Echo & Bunnymen, a música do Maestro Jerry Gold  Smith.

 

Confidenciou-me Quinho Castro que sempre gostou muito de trabalhar com música, sua relação com os sons é muito forte e profunda dentro do estilo musical Rock and Roll. Seu fascínio pela música veio através de seu pai, o fato de seu genitor ser músico e ter-lhe apresentado a música de uma forma muito positiva ao lhe defini-la: “ Música é um som emitido por qualquer coisa que faça você entender, é qualquer coisa ou não, emitindo um som que te faça bem”.

 

Como frisou o artista só saber trabalhar com musica, sempre faz suas obras ouvindo muito O Som do Silêncio, o Som das Estrelas, por realmente o colocar num patamar completamente desconhecido, que aumenta e prolifera sua necessidade de botar para fora aspectos importantes em sua pintura. Em sua prática e fatura artística, Quinho explicou-me nunca ter feito uso de qualquer entorpecente, por gostar muito de estar consciente do que está fazendo, confidenciou-me ser um tipo de artista careta quanto a isto.

Sua primeira exposição foi feita na casa onde ele morava, uma casa de andar que tinha uma garagem grande, esta exposição foi intitulada NaGarafgem85A, espaço este onde ele colocou seus quadros e chamou seus amigos de Salvador, dentre eles Miguel Cordeiro, também Arquitetos, músicos do Rock e os caras fizeram o maior som na Garagem da casa , sua expectativa era de ter entre 30 a 40 pessoas no local e acabou recebendo mais de 100, ficou muito feliz informou-me o artista, esta foi a única exposição que realizou, como ele mesmo disse “Made Quinho Castro”.

Quinho Castro é uma grande promessa das Artes Plásticas de Alagoinhas, produtivo, consciente de seu valor, com seus pincéis jogar-se de corpo e alma em busca de uma expressividade maior. “(...) A vida não passa de um poema épico sem fim”. (SACK, 2007, p.124)

Referências

SACK, John R. A conspiração franciscana. Tradução: Maria Luiza Newlands e Márcia Alves. Rio de Janeiro: Sextante, 2007. ISBN 978-85-99296-16-5.

 

 

Ed Carlos Alves de Santana / Artista Plástico e Mestre em Artes Visuais pela EBA-UFBA

 

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