Fala o que tu queres pois é tudo da Lei

É preciso ter acesso à leitura para aprender novas coisas, ou indignar-se com as velhas formas de se fazer política nesse Brasilzão de meu Deus. E lendo o artigo de Samuelita Santana, onde ela aborda o silêncio de muitos diante de tamanha crueldade com a nossa democracia, ferida em sua alma com a velha Censura, agora sob o manto do Supremo Tribunal Federal, percebo que devo plagiar alguns e, como dizem, plagiar a um é crime, plagiar a muitos é pesquisa, devo dizer que plagiei logo nosso saudoso conterrâneo Raul Seixas na música Sociedade Alternativa, onde diz: Faça o que tu queres pois é tudo da Lei, da Lei, dele e de Paulo Coelho, bem como a música de Milton Nascimento e Mucci, onde diz: Certas canções que ouço, cabem tão dentro de mim, que perguntar carece, como não fui eu que fiz, além, claro, de plagiar Chico Buarque na sua velha canção que virou hino, Cálice, entendida por nós que ainda levamos as últimas botinadas da ditaduras como Cale-se, me faz refletir e também meter meu bedelho, diria minha avó. E, pra não dizer que não falei das flores, perdi um momento especial em minha vida, o de não entrevistar Geraldo Vandré, em 1987, quando este visitara nossa terra soteropolitana em companhia de um amigo da Marinha. Estava com uma pauta longa de rua e não fui entrevistá-lo.

Samuelita é feliz quando diz que Não estamos falando do combate às fakes news, que todos nós sabemos exatamente o que é e do que se trata. Estamos falando do princípio da soberania, da cidadania, da dignidade e do direito da pessoa humana de se manifestar, discordar, divergir e questionar qualquer coisa.

Não defendo as fakes News, bastante usadas nos períodos pré e eleitoral, quando muitas notícias falsas foram lançadas em todas as direções, mas falo do cerceamento do direito à palavra, da publicação livre, sem censura.

O que o ministro Alexandre de Morais está fazendo é o que os partidos de esquerda condenavam durante anos, a censura, e agora estamos convivendo com ela não de forma velada, mas de forma ríspida e grosseira.

Tirar sites, blogs e TVs do ar por puro capricho e por achar que ferem na essência a democracia é achar que o que fizeram entre 1964 e 1985 foi absolutamente normal, e não foi.

Faço eco ao brado retumbante de Samuelita porque o seu artigo coloca a imprensa ou os bons pensadores, embora grande parte seja de esquerda e, declaradamente a favor de um determinado candidato, até mesmo a ex-Vênus platinada, que no passado apoiou o golpe de 1964, por se calarem diante de tamanhas brutalidades ao direito de pensar, falar e agir.

Tenho muito a dizer, mas, ouvindo minha mulher, vou segurar o dedo, pois Xandão não está pra brincadeira.