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Geral Artes plásticas

Ed Carlos é o Quizambu na essência e na genialidade

Artista plástico desenvolve um excelente trabalho e carece de reconhecimento

29/06/2025 às 15h51
Por: Vanderley Soares Fonte: Vanderley Soares
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Foto: Arquivo Gazeta
Foto: Arquivo Gazeta

Falar de Ed Carlos Alves de Santana, ou simplesmente Ed Carlos, é fazer uma viagem no tempo e relembrar sua infância, adolescência e juventude, principalmente para quem nasceu e viveu num lugar bucólico, mas lindo por natureza como o Quizambu.

Ed Carlos é a essência do homem da roça que se mete entre as letras e as cores e transforma a vida em poesia e arte. Misturar letras não é fácil, mas nasce de um desejo de conhecer, pesquisar e chegar aonde suas mãos e seus olhos podem ou talvez não alcançam, mas faz brotar a beleza e os traços de alguém que nasceu pra a caneta e o pincel como armas.

Ed Carlos, desde muito jovem, ainda estudante das primeiras letras, já demonstrava seu interesse em transformar as paisagens de Quizambu num universo de cores e telas. E foi dando corda às cores, desfrutando do sabor de morar no campo e conviver avidamente com a natureza, além do desejo de alçar voos maiores, que Ed Carlos foi encontrando seu tom, seu dom e suas matizes.

Em setembro de 1998, Ed Carlos esteve visitando a redação do Jornal Gazeta dos Municípios, ainda muito jovem, 17 anos, ao lado de seus colegas de sala do Colégio Jairo Azi, do Riacho da Guia, levados pelo professor de história Ednaldo Sacramento.

Era um menino franzino, tímido, mas sua curiosidade pelo fazer jornal despertou em nós da redação a curiosidade sobre seu futuro. Será que aquele menino curioso, tímido e magrela vai despertar para o jornalismo? Ledo engano.

Alguns anos depois, já em 2008, Ed Carlos nos faz contato solicitando espaço para publicação de algumas críticas de arte. Ficamos surpresos e, ao mesmo tempo, felizes. Era um notável estudante de Artes Plásticas da Escola de Belas Artes da Universidade  Federal da Bahia que agora queria expor seus conhecimentos e críticas acerca da arte que estudava.

E foi assim nos últimos 18 anos até os dias atuais. Da graduação ao doutorado, Ed Carlos foi e ainda é figura cativa nas edições impressas do Jornal Gazeta dos Municípios.

Nos últimos anos, Ed Carlos passou a produzir textos sobre os Artistas Plásticos, produtores de arte de Alagoinhas. E relatou os principais expoentes, dando cor e vida ao leitor que pouco sabia sobre os traços artísticos de cada um, criando um vínculo forte entre a cultura e a biografia, entre a arte e quem produz, destinando ao leitor um texto leve e gostoso de se lê.

Pra falar de Ed Carlos é necessário conhecer não apenas os degraus de conhecimento da graduação ao doutorado que ele percorreu, mas é necessário conhecer suas origens, sua infância, adolescência e sua admiração pelo simples, mas belo.

Sua casa, onde nasceu e viveu com os pais e irmãos até tempos recentes, nos remete àquela vida simples, mas aconchegante de quem preserva e ainda quer preservar as raízes interioranas, com paredes e quartos abarrotados de quadros, livros e todo tipo de arte que coleciona.

Sua biblioteca é imensa e talvez bem maior em conteúdo do que muitas bibliotecas públicas. É o resultado de sua dedicação à pesquisa, à leitora e, para isso, teve que adquirir acervos importantes não apenas da arte em que estudava, mas da humanidade, trilhando pela filosofia, história, geografia e socialismo.

Grandes nomes da literatura mundial estão por lá. Sua casa é batizada de museu do Quizambu, pois retratam a vida e obra de uma pessoa que sonhava além do seu tempo, e cujo sonho se materializa nas paredes. Os quadros, aos montes, retratam os primeiros anos da academia, com retratos da família, especialmente de seus pais, irmãos e tios, mas também pessoas anônimas, autoridades que nunca foram à sua casa conhecer seu acervo, mas especialmente das paisagens.

Alagoinhas, com destaque para seu patrimônio arquitetônico, é retratado em vários quadros por Ed Carlos, que não economiza telas e tintas para dar vida aos inanimados e abandonados prédios públicos da cidade. E eles ganham vida nova em seus traços, pois ali está o furor, a alma e a dedicação do artista.

Ed Carlos ainda não é valorizado pelo seu talento e pela sua arte. Da graduação ao doutorado teve que fazer das tripas coração para viver em Salvador e se manter firme até o último degrau de estudo.

O reconhecimento do talento e da arte de Ed Carlos não pode vir grafada numa lápide, tem que ser reconhecida hoje, para que amanhã não lamentemos a perda de um artista nato, que dedicou sua vida a lapidar seus conhecimentos, tornando-o objeto de admiração e deleite.

Que o reconhecimento de seu talento seja logo, para que Alagoinhas não lamente não ter usufruído de tamanho talento e grande esforço que ele fez para estudar e servir sua terra. Chegou a hora de sua terra devolver em dobro os investimentos que Ed Carlos fez para se capacitar a ser alguém tão grande como é, mas de pouca valorização.

É a hora da cidade despertar para um talento desvalorizado, ignorado e preterido, e passar a nutrir-se de alguém que pode ensinar a muitos o que é morar no Quizambu e chegar aonde chegou com sua arte. Um balcão de recepção não cabe Ed Carlos. Sua vida tem que ser numa sala de aula, numa biblioteca, numa pinacoteca, num museu, ensinando aos jovens como é fazer arte, estudar arte e viver de arte.

Que sejamos justos com quem dedicou quase 20 anos de sua vida aos livros e à pintura, sem esquecer de suas raízes e sua essência, voltando ao lugar de origem para mostrar que é capaz, mas que precisa ser visto e valorizado.

 

Vanderley Soares

 

Prefeitura realiza plantio de mudas na rua 14 de Janeiro

 

Plantar para melhorar a qualidade de vida dos moradores alagoinhenses: esse é o intuito da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente (SDRA) com o Plano de Arborização que já vem sendo colocado em prática na cidade. Nesta sexta-feira (27) a rua 14 de Janeiro, no bairro Santa Isabel, foi contemplada com 15 mudas.

"Essa ação visa a cumprir uma ordem do prefeito Gustavo Carmo de melhorar a arborização de Alagoinhas. Aqui no 14 de janeiro é o início de tudo. São 15 mudas de espécies como pata de vaca, quaresmeira e calhandra, plantas essas que ajudam na ventilação, purificação do ar e deixam o bairro mais bonito. Essas espécies são de pequeno e médio portes, para não atrapalhar a fiação", explicou o secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Djalma Santos.

Anterior à execução da ação, a SDRA realizou um levantamento para analisar as melhores áreas para o plantio, onde foram medidas as áreas e seguidas as orientações das engenheiras ambientais. Também foram aplicadas manilhas em todos os locais onde as plantas foram colocadas para que as raízes cresçam ordenadas para baixo sem prejudicar as ruas e as casas.

O gestor alerta para a necessidade de cuidados com as novas plantas. "O trabalho que vai ser feito aqui continua ao longo do tempo. Ainda serão feitas manutenções e podas das árvores, mas precisamos conscientizar a população para que ajude a cuidar, pois estamos fazendo o plantio, mas as plantas vão precisar do cuidado diário, da observação e  de vigilância para não danificarem as futuras árvores", diz. O secretário ainda informa que a Praça dos Estudantes, a Praça do Carneirão e a Praça da Bíblia também serão completadas com o plantio de mudas.

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