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Cidades Coluna de opinião

Boca de Brasa inicia 2025 engolindo fogo e cuspindo brasa

Assuntos da administração Gustavo Carmo são o mote da coluna de hoje.

01/04/2025 às 22h10 Atualizada em 01/04/2025 às 22h23
Por: Vanderley Soares Fonte: Vanderley Soares
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Foto: Arquivo Gazeta
Foto: Arquivo Gazeta

BOCA DE BRASA

Engolindo fogo e cuspindo brasa

 

A administração do prefeito Gustavo Carmo completa 110 dias no próximo dia 10, mas o prefeito, durante coletiva de imprensa, disse que não faria balanço dos primeiros dias, por achar uma ação antiga e desnecessária. Também fica difícil fazer um balanço de 100 dias sem ação efetiva, sem mudanças objetivas e sem obras anunciadas que possam, pelo menos no futuro próximo, dar um novo rumo à cidade.

A administração do prefeito Gustavo Carmo completa hoje (01), 90 dias, sem ter uma identidade, um projeto, um programa que a comunidade possa aguardar e almejar uma cidade melhor. Há 50 anos, Alagoinhas foi engolida por Feira de Santana, que explodiu em desenvolvimento. Há 161 anos, era Feira de Santana quem brigava com Alagoinhas para ter a ferrovia passando por suas terras. Hoje é Alagoinhas quem dorme e acorda sabendo que Feira de Santana terá um ramal de trem de passageiros ligando à capital.

Matéria semelhante foi publicada pelo site UOL no dia de hoje fazendo alusão ao desenvolvimento vertiginoso de Petrolina (PE), e ao desenvolvimento lento de Juazeiro (BA), ambas beneficiadas por programas desenvolvido pela Codevasf no plantio de frutas, mas que deu melhor para a cidade pernambucana. O que é engraçado é que Petrolina, há alguns anos, era um distrito e, após emancipar-se, cresceu e engoliu a ex-sede. Mas seu desenvolvimento se deu em função da junção de forças políticas, principalmente da família Coelho e, mais recente, do deputado Fernando Bezerra, o mesmo que quando foi ministro autorizou a construção do viaduto de Alagoinhas. Mas parou nisso. Isso lembra Feira de Santana, cuja comunidade política se une em torno da cidade e atrai investimentos públicos e privados, transformando-a numa das maiores cidades do interior do Brasil, a maior do interior do Nordeste.

Aqui, em terras alagoinhenses, o sonho de transformar na cidade do bilhão ainda deve estar na cabeça de Gustavo. Os R$ 346 milhões prometidos pelo Governo da Bahia ainda estão longe de ser uma realidade, e ainda mais distante de transformar a cidade num local aprazível de se viver. A cidade está feia, suja, mal tratada, lotada de lixo e entulho por todos os cantos. Por enquanto, apenas projetos, e projetos, nada mais.

E por falar em projetos, no governo passado havia um entendimento ainda no primeiro mandato de transformar o espaço onde durante mais de 25 anos funcionou o CSU-Centro Social Urbano, no bairro Jardim Petrolar, numa praça, uma escola moderna, o que transformaria o bairro completamente. No entanto, mesmo tendo o burburinho da efetivação do convênio e de recursos liberados pelo Estado, até hoje o local está abandonado, disputado por animais, repleto de lixo, entulho e muita escuridão. Tem algum projeto para aquele espaço, prefeito? O povo quer saber.

E por falar em projetos, a cidade ainda aguarda o aeroporto, a duplicação da BR 101 através de gestão dos representantes de Alagoinhas no Congresso Nacional via PAC, a construção de uma nova estação rodoviária, a reforma dos prédios públicos e a construção de uma nova sede para abrigar o gabinete do prefeito e secretarias próximas ao alcaide.

E por falar em prédios, entra governo e sai governo e não muda nada em relação ao aluguel de prédios para abrigar secretarias e departamentos da prefeitura. Ao invés de reformar os prédios, a administração passada resolveu leiloar e usar os recursos (sic) em obras eleitoreiras.

O prefeito Gustavo Carmo deve estar tendo insônia por conta da educação, fruto da herança deixada por ele mesmo, um pepino que o secretário interino teve que descascar, mas pepino que é pepino não se descasca com qualquer vintém. O débito na educação é grande e quem herdou aquele espólio, no caso a secretária, deve estar arrependida de ter assumido a função. Três manifestações, duas na prefeitura e uma na Seduc já deram o tom de como está a educação no município. Escolas sucateadas, sem pessoal de apoio, creche com um turno e sem pessoal, pessoal de apoio contratado sem pagamento desde janeiro – houve manifestação hoje na porta da Seduc-, e outras deverão ocorrer por conta do sucateamento e do endividamento na pasta. Quem paga o pato é quem está na ponta, o alunado.

Sete dos 18 comunicadores que possuem site em Alagoinhas já estão abrigados em cargos de quarto escalão. Isso deve ser em função da falta de publicidade que até agora não deu o ar da graça. Fala-se, a boca grande, que o processo licitatório para contratação da nova agência (sic) deve acontecer entre julho e agosto e a contratação dos veículos a parte de setembro ou outubro. Para quem está no quarto escalão tem garantido pelo menos o pagamento do aluguel, da água e da luz. E uma cesta básica. E pra garantir o feudo é necessário dizer amém ao alcaide. Não pode publicar nada contra o Governo. Não pode chiar. É ficar pianinho e gozar os 2.189,00 quietinho. O secretário de Comunicação, Álvaro Muller, não tem culpa no processo licitatório, pois já pegou a carroça andando e não sabe quem vestiu a camisa na campanha.

 

E por falar em boca da ladeira, o ex-secretário Juscelio Carmo parece que tomou um chá de sumiço depois da infeliz entrevista no programa Canal Aberto, que culminou com a saída desse redator/radialista. O diretor da Rádio 93 FM lhe fechou as portas, calando o único espaço que o falante tinha na cidade. Fala-se que até a família o repreendeu pela iniciativa, fechando torneira$ importantes para sua sobrevivência. Família é tudo.

 

E por falar em família e pra não dizer que não falei das flores, o prefeito Gustavo Carmo disse que fiscalizaria e aplicaria multas em proprietários de terrenos que não murassem ou gradeassem seus espaços. E que o exemplo começaria em casa. Até agora os terrenos e prédios de sua família continuam abertos, sem cerca, sem muros, e, sabe-se lá, se pagam os devidos impostos e que já receberam as devidas multas. Se é pra dar exemplo, que dê.

A cidade de Alagoinhas precisa se modernizar. Talvez hoje a secretária Maria das Graças já saiba o que é um anel rodoviário. É preciso falar também num shopping, pois o centro da cidade já está velho e carcumido, e deve se transformar numa Baixa dos Sapateiros local. E é exagero falar de um Centro de Convenções? Não. O que não pode é ter eventos nos salões apertados dos hotéis da cidade. Fora que a prefeitura gasta uma nota pra pagar.

 

Me deu inveja quando fui à cidade de Acajutiba e vi uma Central de Abastecimento tão bonita, telhado novo, iluminação idem, barracas padronizadas, tudo limpo, arrumado. Enquanto isso, visitem a Central de Abastecimento de Alagoinhas...

 

E pra não dizerem que fiz essa coluna porque o prefeito Gustavo Carmo não atende minhas ligações, não responde a mensagem de Whatsapp e que minhas ideias de uma cidade mais bonita e apresentável serão executadas por outra pessoa peço que não considerem. Tem coisas e pessoas boas na administração de Gustavo e que vão fazer de tudo pra dar certo.

 

Nessa coluna não falei de outras pessoas, ex-prefeitos, deputados, deputadas, mas a coluna volta a circular em breve.

 

Vanderley Soares

 

 

 

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